Sobre AMAmentaR

Fuente de las Sirenas - Antigua, Guatemala


Como sabem, tenho uma bebéia, linda diga-se de passagem, de quatro meses e estamos em amamentação exclusiva. Tenho aprendido muito sobre amamentação, e não foi nos serviços de saúde, não. Aprendi sobre a dificuldade da pega, que se o bebê não pega direito no peito, ele pode não ganhar peso. Aprendi sobre ordenhar leite, sobre a importância do leite materno para o bebê, sobre a importância do aleitamento para relação Mãe/bebê e que quando o bebê mama, ele se sente mais seguro. Tenho uma infinidade de coisas que posso falar sobre o que tenho aprendido sobre a amamentação e que, infelizmente, aprendi apenas na minha segunda gestação.
O Bê mamou apenas 6 meses, eu não estava bem de saúde e não consegui levar o aleitamento exclusivo por muito tempo. Mas tudo bem, foi o aleitamento possível à época e foi o que pude fazer com as ferramentas que tinha em mãos. Agora, além de eu estar melhor de saúde, descobri um fator essencial para o sucesso da amamentação: uma rede de apoio! Sim, mães juntas vencem preconceitos juntas!
Não são raros os casos de mulheres que são constrangidas ao amamentarem em público ou são questionadas por darem o peito “por muito tempo”. Não é fácil encarar um mundo no qual as empresas de mamadeiras, chupetas e alimentos para bebês têm muito dinheiro para disseminar a falsa impressão de que o leite materno não é o suficiente.
Estamos na véspera do 8 de Março e sempre escrevo sobre falta de respeito à mulher e sobre as várias violências que as mulheres sofrem e, dessa vez, decidi escrever sobre uma violência que muitas mulheres sofrem ao darem à Luz aos seus filhos: a falácia de que as mulheres não são capazes de nutrir seus filhos! Sim, isso é uma violência. Imagina você, acabou de ter um bebê, um milhão de coisas passando na cabeça, choro, cólica, dor do parto e tudo mais e, então, surgem pessoas até do bueiro dizendo que o seu leite é fraco, que tem que dar um complemento, que uma criança morreu desidratada porque mamou só no peito, etc…
Eu acredito na perfeição da natureza e não aceito que pessoas falem do que não sabem! As mães levam seus filhos aos pediatras, as mães escolhem como cuidar dos seus filhos, as mães escolhem como terão seus partos! Simplesmente PAREM de incomodar e dar palpites nas escolhas das mães.
Imagine você, se alimentar embaixo de uma capa sufocante?
Outro incômodo frequente é a amamentação em público: “por que você não amamenta no banheiro?”, simplesmente porque minha filha merece respeito no momento que ela está comendo! O Leite Materno é uma refeição, não é uma bebida e nem um complemento, entenderam? Assim, se o bebê está com fome, ele deve se alimentar. Logo aparece outro e diz: “Mas por que você não põe um paninho?”, você já pensou em almoçar com um pano na sua cara?
Parem de sexualizar a amamentação. Não é exposição do corpo,  as mães não estão “provocando” homens, estão apenas nutrindo seus filhos. Ou seja, será que podemos entender que a amamentação faz parte da nossa natureza e não está vinculada à atividade sexual? Homens que se sentem seduzidos por mulheres amamentando estão com sérios problemas e devem se tratar! Somos mamíferos e faz parte da nossa natureza mamar! Objetificar a mama como convite sexual é bizarro e um desrespeito, e pronto!
Foto da Paula Roselini
Todo esse tabu em torno da amamentação faz com que no Brasil a média de amamentação seja de 52 dias, muito longe dos 24 meses indicados pela Organização Mundial de Saúde. E, pior ainda, os 180 dias de amamentação exclusiva são extremamente prejudicados pela indústria de fórmulas e papinhas para bebês e todos os palpites de dar água, chá,  chupeta, mamadeira, etc. Se a mãe decidiu por um caminho, por favor, respeitem! Isso também é violência, desrespeitar as decisões da mãe é violência. Fazer a mãe acreditar que não pode nutrir seus filhos é violência! Por fim, a amamentação é linda e aumenta o vínculo mamãe bebê!

Obrigada Matrices, vocês me ajudaram muito!



Existe coisa mais linda que uma mãe amamentando um bebê?


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