Benza Deus

Benzadeus, Benzo ó Deus, Benza a Deus, Benza Deus

“Benzadeus” é uma das expressões que mais ouço nos últimos quatro meses, e sempre que a escuto imediatamente respondo com um sonoro: “Amém”. Ultimamente, essa expressão, muito comum no catolicismo popular, tem sido uma das maiores demonstrações de empatia e bons sentimentos que o ser humano pode nutrir pelo próximo. Explico. Ao andar com a Nina pela cidade, de ônibus, trem, metrô ou a pé, sempre sou abordada por alguém (homens e mulheres) que sorri, pergunta o nome dela e quantos meses ela tem e solta um: “Benzadeus”.

Essa experiência muito me tocou, afinal o que transmite o tal do “Benzadeus”, senão bons sentimentos, desejos e alegria em ver a felicidade de alguém? Nunca vi uma pessoa soltar um benzadeus falso, o benzadeus é verdadeiro, vem de dentro e traz consigo os melhores sentimentos de fé e comunhão: Que o meu Deus, que é o melhor para mim, te abençõe! Sim, as pessoas sempre desejam bênçãos e saúde para Nina, sempre, qualquer lugar que eu pise, terá  um benzadeus a ser dito.

Enfim, porque resolvi escrever sobre isso? Eu cheguei à conclusão que estamos nos deixando enganar! Sim, temos acreditado apenas na perversidade humana, nas coisas ruins que as pessoas são capazes de fazer, nos noticiários sangrentos e mal intencionados. Esse sentimento de violência e essa sensação de mundo mau faz com que não nos unamos, somos bons, precisamos nos encontrar.

O nosso inimigo é outro, é o sistema que nos oprime, é a falta de oportunidades, a falta de respeito com a diversidade e a negação dos direitos. Precisamos nos unir! Precisamos somar todos esses sentimentos bons e canalizá-los para luta! Sim, acredito, ainda mais, que uma pessoa que seja capaz de soltar um sincero benzadeus para um bebê é uma pessoa boa, precisamos lutar para que pessoas boas se encontrem e lutem por seus direitos. Estamos espalhados e deixando que nos dividam.

Andar com a Nina nos braços fez com que eu me apaixonasse ainda mais pelo meu povo, que Deus nos abençoe e que nós nos amemos mais!