Jesus: o grande assistencialista
Então Jesus tomou os pães, deu graças e os repartiu entre os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e fez o mesmo com os peixes.
João 6,11
Política não se discute e a maioria das pessoas nem gosta muito. Uma boa parte diz não ser político e outra diz não se importar porque político é tudo igual. Ao estudarmos teoria política vemos que, muitas ações de políticos na verdade nada mais são do que obrigações do estado que acabam sendo promovidas como “favores” ou “caridade” do fulano ou da Beltrana (me permito risos).
Falo aqui das inúmeras bolsas, inúmeras ações afirmativas e tralalá... Vamos entender? A maioria delas está garantida na constituição ou é desdobramento desta. Mas quando paro pensar em assistencialismo, ou paternalismo, ou qualquer ismo que se remeta à ideia de que pobre é folgado, penso na passagem de João 6, quando Cristo alimenta a grande multidão. Pode ser muita piração minha, mas listo alguns pensamentos abaixo:
1. Jesus poderia ter dispensado a multidão com fome, aliás, seu papel era falar de Deus e não alimentar ninguém;
2. Não havia como alimentar aquele povo, e provavelmente quem tinha algum dinheiro pensou: Mas eu trabalhei para ter esse dinheiro, não é justo pagarmos para dar de comer a quem está aqui apenas por causa dos milagres;
3. Ou se pensou, temos apenas o suficiente para poucos, não há como dividir com tanta gente, e com certeza eles nem devem precisar tanto, afinal eles devem ter o que comer em casa;
4. Provavelmente, havia pessoas ali que apenas se alimentaram com os pães não dando ouvidos à palavra;
O que podemos aprender com isso?
-Jesus não disse: dê pão apenas para quem for pobre. Quem tiver o que comer em casa não dê
-Jesus não se importou se essas pessoas eram éticas ou atuavam de acordo com a moral, mas alimentou a todos.
-Jesus não se importou se as pessoas iam ou não iam seguir suas palavras, apenas as alimentou.
Vivemos numa época em que vemos frases como: Não deve se dar o peixe, mas ensinar a pescar. Sim existem pessoas que não precisam de auxílios e usam para ir ao cabeleireiro? Existem. Existem crianças que desperdiçam a comida da merenda, sim. Existem pessoas que se “encostam em benefícios”, sim.
Mas existem pessoas que o usam como se deve usar, existem pessoas que necessitam disso (principalmente em populações muito pobres e sem acesso à informação), existem pessoas que alcançaram níveis de dignidade humana com esses benefícios. Assim como Jesus não julgou a multidão que o seguia, do outro lado do lago da Galileia, não devemos julgar as pessoas que tem ou não o benefício, não devemos dar uma de filho pródigo: Ah mas eu trabalho e me sustento por que esse aí não trabalha e tem auxílio? Honra a quem honra: você é um excelente cidadão? Amém! Isso não te faz melhor do outro que “não é”
O governo tem que pensar em todos e não nos casos isolados de “desvio” de benefícios.
Não podemos deixar que as discordâncias políticas e desacordos ideológicos nos façam cruéis com as pessoas, temos que ser mais humanos com o próximo e menos juízes! Fico feliz quando sei que um benefício do governo ajudou ou está ajudando alguém! Meu papel? Incentivar par a que essa pessoa melhore cada vez mais e não criticá-la por isso ou por aquilo. Não eu não assumirei a personalidade do filho pródigo! Não eu não direcionarei críticas devidas aos políticos à população pobre e carente, não eu não serei cruel!
Simony,
ResponderExcluirTenho sempre receio quando comparam o modelo estabelecido por Cristo com qualquer prática política realizada pelos governos/sistemas humanos, já que Cristo trouxe-nos um evangelho contracultural.
Mas não podemos deixar de notar que a "missão integral" que devemos cumprir, devido a uma ordenança do Cristo, também está inclusa a prática de um assistencialismo que muito se parece com alguns programas de governo (não só do Brasil, mas do mundo).
Muito feliz em saber que temos pessoas como você na IPIB. A cada dia tenho mais orgulho! Continue a escrever e nos incentivar a termos uma visão mais bíblica do cristianismo.
Abraço!
Caio, querido, obrigada pelo incentivo. Temos que entender que, meritocracia não existe no Cristianismo, não somos merecedores! Porque achamos, ainda, que podemos julgar as pessoas?
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