Sobre cigarras e formigas...
Sugiro que ouçam essa música:
Trabalho em um campus universitário bastante arborizado e com um pequeno bosque. Há uns seis meses, mais ou menos, houve reprodução das cigarras e, durante a reprodução, elas ficam cantando durante uma ou duas semanas. Depois, se libertam de suas cascas (exoesqueleto), se reproduzem e, logo depois, morrem. Quando vejo uma cigarra cantando sempre recordo da velha fábula da Cigarra e da Formiga, lembram-se? Enquanto a formiga trabalhava a cigarra só cantava… Depois, veio o inverno e a formiga ficou quentinha no seu abrigo, com muita comida, e a cigarra, desprovida e com frio, teve que pedir ajuda para a heroica formiguinha trabalhadeira…

Não que a formiga não tenha seu valor e seu trabalho não seja importante, elas também são parte do final da vida, da decomposição dos animais e plantas. Elas regeneram aquilo que era “perdido”, além de, ao andarem para lá e para cá, dispersarem as sementes e servirem como agentes polinizadores. No final das contas, cigarras e formigas têm quase as mesmas funções no mundo, mas uma é vista e a outra não. Uma é conhecida e a outra não. Uma tem um padrão de trabalho conhecido e a outra não.

A cigarra leva uma vida que ninguém vê, ninguém sabe e quando ela vem à tona ela é julgada. Pobre cigarra, não pode terminar a sua vida em paz, sem ser taxada de preguiçosa... Mas, isso é uma fábula, não tem qualquer relação com os que julgam aqueles que ficaram 17 anos embaixo da terra...
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